PRESSÃO DO TEMPO E INFORMAÇÕES ADICIONAIS NO PROCESSO DECISÓRIO: UM ESTUDO DE ABORDAGEM EXPERIMENTAL

Nome: LARISSA ALVES SINCORÁ
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 15/03/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MARCOS PAULO VALADARES DE OLIVEIRA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
HÉLIO ZANQUETTO FILHO Examinador Interno
MARCELO MOLL BRANDÃO Examinador Interno
MARCOS PAULO VALADARES DE OLIVEIRA Orientador
MAURI LEODIR LOBLER Examinador Externo
PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA Examinador Interno

Páginas

Resumo: Esta tese teve como objetivo compreender se há diferença da influência da pressão do tempo e das
informações adicionais no processo decisório de indivíduos cognitivamente mais reflexivos
(analíticos) em relação a indivíduos cognitivamente menos reflexivos (impulsivos). Para tal, foram
articulados os conteúdos teóricos que fazem alusão ao processo decisório, seus fatores influentes –
a pressão do tempo e as informações adicionais com função de instrução financeira –, bem como
o desempenho da tomada de decisão. A composição das teorias de base, contempladas na
fundamentação teórica, se apresenta a partir de uma discussão sobre seus conceitos, características
e aplicabilidades por meio de estudos que se destacam na área. Diante disso, buscou-se discutir
criticamente a evolução dos modelos de tomada de decisão dentro das ciências sociais aplicadas,
com vistas a se tecer proposituras para compreensão da realidade decisional atual, visando gerar
contribuições para o campo de pesquisa em Decision-Making. Partindo-se desses propósitos, foi
conduzida uma pesquisa de natureza experimental (FIELD; HOLE, 2003), abarcando duas
perspectivas de análise diferentes, ou seja, o Estudo 1, que investigou aspectos comportamentais
do fenômeno; e o Estudo 2, que investigou aspectos cognitivos do fenômeno. O Estudo 1 envolveu
um desenho fatorial 2x2, que visou mensurar os efeitos da influência relativa da pressão do tempo
e das informações adicionais no desempenho decisório de indivíduos com perfis cognitivos
distintos. Para tal, foram construídas as respectivas proposições teóricas: indivíduos mais
reflexivos e indivíduos menos reflexivos são afetados de maneiras diferentes por pressão do tempo
e informações adicionais no processo decisório (H1); indivíduos cognitivamente mais reflexivos,
quando afetados pela pressão de tempo, tendem a uma performance decisória melhor quando
comparados a indivíduos cognitivamente menos reflexivos (H1a); indivíduos cognitivamente mais
reflexivos, na presença de informações adicionais, tendem a uma performance decisória melhor quando comparados a indivíduos cognitivamente menos reflexivos (H1b) e; indivíduos
cognitivamente mais reflexivos, quando simultaneamente afetados pela pressão de tempo e na
presença de informações adicionais, tendem a uma performance decisória melhor quando
comparados a indivíduos cognitivamente menos reflexivos (H1c). Por outro lado, o Estudo 2
apresentou um desenho fatorial 2x1, que mensurou os efeitos da influência relativa da pressão do
tempo, especificamente, na cognição dos indivíduos categorizados como mais e menos reflexivos.
Desse modo, foram delineadas duas hipóteses teóricas: respostas iniciais que são acompanhadas
por um FOR (do inglês, Feeling of Rightness) baixo estão associadas a mais engajamento analítico
(pensamentos do Tipo 2), do que respostas associadas a um FOR alto (H2) e; raciocinadores mais
reflexivos são melhores (ou seja, mais efetivos) no monitoramento e controle do raciocínio do que
os menos reflexivos (H3). Assim sendo, metodologicamente, esta pesquisa compreendeu-se de
uma amostra de característica não-probabilística, envolvendo 521 estudantes de graduação de uma
IES localizada no estado do Espírito Santo (abrangendo todos os cursos, turnos, períodos e campi
da instituição), coletada a partir do critério de conveniência (COZBY, 2003). Como resultado
alcançado, tem-se que indivíduos mais reflexivos, quando pressionados pela restrição de tempo e
na presença de informações adicionais de instrução financeira, evidenciam um desempenho
decisório superior (melhor) do que os indivíduos menos reflexivos (confirmando H1, H1a, H1b, e
H1c); além de experienciarem maior certeza decisória (FOR) durante seus processos de julgamento
e tomada de decisão, do que a sua contraparte menos reflexiva (confirmando H3). Porém, esse
mesmo sentimento metacognitivo (FOR) não foi capaz de prever mais engajamento analítico nos
indivíduos em seus processos de decisão, quer sejam eles mais reflexivos ou menos reflexivos
(rejeitando H2). Os respectivos achados podem ser, sobretudo, diretamente explicados pelo nível
de reflexividade cognitiva expresso pelos sujeitos investigados, isto é, quando categorizados em
termos de serem mais reflexivos (analíticos) ou menos reflexivos (impulsivos), representando um mecanismo explicativo para diferenças de desempenho. Portanto, mediante ao atendimento dos
objetivos propostos, bem como dos resultados evidenciados com o teste das hipóteses teóricas, foi
possível, então, sustentar o argumento principal defendido nesta tese, que baseia-se na seguinte
declaração: “A pressão exercida pela restrição de tempo no indivíduo, bem como a presença de
informações adicionais disponíveis no momento da decisão, influencia o desempenho
diferentemente em indivíduos classificados como mais reflexivos em relação aos menos
reflexivos.”

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