MARKETING e Produção de Subjetividades na Contemporaneidade Mercado e Estéticas de Existência

Nome: ÉRICO SANGIORGIO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 24/05/2007

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LEILA APARECIDA DOMINGUES MACHADO Orientador
MARIA ELIZABETH BARROS DE BARROS Examinador Externo
ROMUALDO DIAS Examinador Externo
SÉRGIO ROBERT DE SANT´ANNA Examinador Interno

Resumo: Parte da hipótese de que vivemos em uma sociedade na qual existe uma centralidade do marketing. Centralidade devido ao seu importante papel num novo diagrama de poder, na atual fase do capitalismo, em que ele se desloca progressivamente da produção industrial para a indústria de síntese de subjetividades, de produção de símbolos e imagens. Deslocamento provocado pela hegemonia do capital financeiro na atual fase do capitalismo. Mudanças no modo de acumulação têm suas repercussões também nos modos de vida. Assim, o encurtamento do círculo de remuneração, provocado pelo capital especulativo, forçou o capital produtivo a aumentar seu giro para dar lastro a seu desenvolvimento. É por isso que, por toda década de 80 e 90, assistiremos a todo um processo de reengenharia, reestruturação e todas as ferramentas que se desdobram dessas práticas na tentativa de aumentar o giro do capital industrial num movimento de adequação dos aparelhos produtivos aos novos meandros do especulativo um aumento sobretudo de sua agilidade. Esse movimento terá seus reflexos não só sobre a produção e seus produtores, mas também sobre o mercado e sobre os seus consumidores, evocando um novo produtor e um novo consumidor. Produção, distribuição e consumo são aspectos inseparáveis. No atual modelo hegemônico de produção (flexível, japonês, toyotista), a produção e o consumo são flexíveis, sendo que sua remuneração está baseada no giro das mercadorias causado por um processo de obsolescência. O marketing trabalha no aumento desse giro para o capital, operando uma obsolescência estética e de formas de existir num ambiente de extrema competição. Em resumo, para manter seus níveis de acumulação, ele investe na destruição criativa e num movimento de obsolescência estética e técnica por meio da captura do poder de atualização artístico. Esse processo de obsolescência e criação não é só de mercadorias, mas de formas de existir, de estéticas de existência, num investimento nunca antes visto sobre a subjetividade. O deslocamento do industrial para o subjetivo é uma conseqüência desse investimento maciço sobre a subjetividade, pois, com o investimento em larga escala no simbólico, ocorre conseqüentemente um distanciamento do físico. O que se vê é um distanciamento crescente do valor-de-uso e valor dado à mercadoria por suas características físicas, em relação ao valor-de-troca, este último estabelecido socialmente, em que o segundo acaba tendo preponderância sobre o primeiro num processo que Marx chamou de desmaterialização da riqueza capitalista. Para Marx, esse distanciamento crescente é fruto de uma sociedade desenvolvida e altamente mercantilizada. No nosso entender, o marketing é um dos principais elementos que estabelece esse distanciamento, além de funcionar como poderoso agenciamento na vetorização das atuais políticas de subjetivação capitalistas, difundindo um discurso de mercado na proposição de criação de formas de vida operantes na sua atual configuração. Taticamente, esses processos são desencadeados pelo marketing por meio da mídia cujas estratégias estão contidas no corpo das peças que foram analisadas. É no marketing que localizamos o ponto de confluência entre produção e consumo, sendo assim indicada sua importância como ponto de observação cartográfica.

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