DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, SAÚDE MENTAL E
TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO EM VITÓRIA-ES

Nome: LEONARDO ALEXANDRINO DE ALMEIDA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALFREDO RODRIGUES LEITE DA SILVA Examinador Interno
EDNA MARIA GOULART JOAZEIRO Examinador Externo
KELY CESAR MARTINS DE PAIVA Examinador Externo
MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO Orientador
RUBENS DE ARAÚJO AMARO Examinador Interno

Páginas

Resumo: A presente tese de doutorado teve como objetivo analisar o desenvolvimento de competências dos profissionais da atenção básica à saúde para identificação de relações entre saúde mental e trabalho. Para atingi-lo investigou-se como a temática é abordada em documentos oficiais e entre gestores e profissionais de saúde do município de Vitória-ES, articulando contribuições da abordagem interpretativa da noção de competência e da Teoria das Representações Sociais. O aporte teórico da pesquisa está ancorado principalmente em uma abordagem contextual de competências e desenvolvimento de competências, recorrendo também às discussões sobre saúde do trabalhador, SMRT e educação permanente em saúde. Adotou-se abordagem de pesquisa qualitativa. No percurso metodológico foram utilizadas tanto a triangulação de fontes de evidências quanto a de métodos ou técnicas. Inicialmente, foi realizada uma pesquisa em documentos oficiais da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) de Vitória-ES. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais que ocupam cargos de gestão na SEMUS e com profissionais que atuam em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Na pesquisa documental, utilizou-se técnica de análise lexical com apoio do software IRAMUTEQ e para as entrevistas foi utilizada a análise temática com categorização a posteriori. Os resultados da pesquisa documental apontam que: o trabalho é negligenciado como determinante da saúde, porém reconhecido como espaço para desenvolvimento de competências profissionais; há necessidade de maior destaque ao trabalho como determinante social da saúde para fortalecer e promover práticas de saúde do trabalhador em âmbito municipal. Nas entrevistas com ocupantes de cargo de gestão, verificou-se que: há diferentes representações sobre competências e SMRT entre os entrevistados, são utilizadas metodologias ativas para o desenvolvimento de competências e há limitações para o desenvolvimento e a mobilização de competências em SMRT devido às representações sociais dos gestores e ausência de transformações dos processos de trabalho. A ausência da temática SMRT nos dispositivos e processos de trabalho em curso potencializa as dificuldades dessa área. Na pesquisa com os profissionais das Unidades Básicas de Saúde, verificou-se que: há pouca inserção da temática SMRT na atenção básica, falta integração entre os setores e profissionais, há algumas ações desenvolvidas de forma interdisciplinar, as estratégias de desenvolvimento de competências fomentam a interdisciplinaridade, mas não abordam a saúde mental dos trabalhadores. A partir desses resultados, conclui-se que há necessidade de inserção explícita do trabalho como determinante da saúde nos documentos oficiais do município de modo a orientar a ação dos profissionais de saúde no sentido de considerar os processos de trabalho dos usuários do sistema de saúde nos atendimentos cotidianos; há necessidade de desenvolver ações que favoreçam a compreensão dos processos de saúde de modo ampliado, a percepção da SMRT como responsabilidade coletiva, a desvinculação da noção de competências exclusivamente à atributos individuais e a elaboração de protocolos e instrumentos para investigação do nexo causal entre saúde mental e trabalho. A interdisciplinaridade do trabalho contribui para o desenvolvimento de competências dos profissionais. Porém, a concepção de competência atrelada à categoria profissional, a influência da formação disciplinar e a escassez de recursos financeiros e de pessoal dificultam o aproveitamento dessa contribuição, notadamente, para a abordagem da SMRT, vista como responsabilidade de áreas especializadas em saúde do trabalhador ou saúde mental.

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