IMPREVISIBILIDADE, BUROCRACIA E IMPROVISAÇÃO: ESTUDO
DE CASO EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA FEDERAL

Nome: ANTÔNIO AUGUSTO BRION CARDOSO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 06/12/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUCILAINE MARIA PASCUCI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
JOÃO MARCELO CRUBELLATE Examinador Externo
LUCILAINE MARIA PASCUCI Orientador
RUBENS DE ARAÚJO AMARO Examinador Interno
TERESA CRISTINA JANES CARNEIRO Examinador Externo
VICTOR MEYER JUNIOR Examinador Externo

Resumo: As universidades públicas possuem características que tornam a sua gestão um
desafio. A complexidade estrutural, aliada à rigidez das normas e regras que regem o
uso de recursos públicos, contribuem para que estas instituições sejam lentas na
resposta às demandas do ambiente. Em situações de crise, esta característica se
torna ainda mais desafiadora por exigir decisões e ações rápidas. Neste contexto,
planos, rotinas e procedimentos-padrão se mostram ineficientes para atender
demandas urgentes e inesperadas, exigindo dos gestores públicos soluções
alternativas e, ao mesmo tempo, alinhadas aos rígidos preceitos institucionais sobre
o uso de recursos. Assim, diante da necessidade de agilidade e de alguma ineficiência
- advinda da excessiva racionalidade dos processos de tomada de decisão
preestabelecidos na gestão pública – é comum a manifestação de improvisações,
sejam elas de natureza extraordinária ou infraordinária. Este estudo examinou como
a improvisação se manifesta na atuação do gestor universitário ao conciliar rígidas
formalidades legais e o uso de recursos financeiros, humanos e estruturais em
demandas urgentes e inesperadas. Para tanto, utilizou-se conceitos de gestão
pública, improvisação e complexidade organizacional aplicados a uma universidade
pública federal no contexto da pandemia do Coronavírus. Trata-se de uma pesquisa
de natureza qualitativa, cujos dados foram coletados por meio de entrevistas e
documentos e foram analisados por meio da técnica de análise de narrativas e análise
documental. Resultados apontaram que a situação de crise potencializou um desafio
adicional relacionado ao uso de recursos, tendo como antecedentes fatores
relacionados direta e indiretamente à estrutura complexa e burocrática da
universidade, tais como a limitação imposta pela legislação para uso de recursos,
restrição orçamentária, diversidade de interesses e a morosidade causada pelas
rotinas e procedimentos preestabelecidos. Por outro lado, outras características
próprias da complexidade do contexto analisado – como a dinamicidade das
interações, a capacidade de adaptação e de aprendizado dos agentes – permitiram
respostas rápidas e viáveis às demandas apresentadas por meio da manifestação de
improvisações. As improvisações - tanto de natureza extraordinária quanto
infraordinária - se mostraram essenciais para a viabilização do uso de recursos
auxiliando os gestores a lidar com a surpresa, a urgência e o excepcional. Verificouse que as improvisações extraordinárias e infraordinárias geraram aprendizado,
embora a última delas tenha contribuído apenas para aprendizado individual, que
diante da rigidez das regras e legislação para o uso de recursos, trazem o receio por
parte dos agentes, em atuar de forma descolada do padrão. Contudo, verificou-se que
a improvisação extraordinária promoveu aprendizado organizacional contribuindo,
inclusive, para mudanças em procedimentos e rotinas existentes, de maneira a
representar um círculo virtuoso decorrente dos fatores antecedentes e consequentes
identificados. Resultados permitiram avançar na representação de um possível
comportamento da improvisação em relação ao aprendizado – e desaprendizado – no
contexto de universidades públicas, em especial, em situação de crise.

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