ATIVIDADE SINDICAL E SITUAÇÕES DE TRABALHO: UMA
HISTÓRIA DE VIDA

Nome: KLEYTON TEIXEIRA VALADÃO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 30/09/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANTONIA DE LOURDES COLBARI Examinador Externo
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Examinador Interno
MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO Orientador

Resumo: O objetivo desta dissertação foi compreender, pela perspectiva ergológica, o que a história de vida de um sindicalista tem a revelar sobre a atividade sindical. O cenário do mundo do trabalho a partir da década de 1980 mostra modificações radicais em processos de trabalho, hábitos de consumo, configurações geográficas e geopolíticas, e, consequentemente, em mudanças nos poderes e práticas do Estado. Aliado a lógica neoliberal, houve uma busca predatória à lucratividade e à acumulação, e o resultado foi a degradação e desumanização dos postos de trabalho (HARVEY, 1992). O Consenso de Washington, conjunto de formulações econômicas neoliberais, foi marcado por recomendar a países alinhados a desregulamentação da economia, liberalização das taxas de juros e taxas de câmbio, revisão das prioridades dos gastos públicos, maior abertura ao investimento estrangeiro direto e fortalecimento do direito de propriedade (TORRES, 2000). A consequência foi o ataque à constituição nacional de diversos países, especialmente aqueles mais vulneráveis em termos econômico e político, para reformá-la e torná-la mais receptiva ao interesse do capital externo e o Estado nacional que deveria impedir ou atenuar os constrangimentos legais aos movimentos de capital, passou a ser um mero fiador da tese do livre comércio e do capital externo (SILVA; SALIBA, 2015). Nas relações de trabalho, a resultante foi uma escalada contra os direitos trabalhistas, submetendo os trabalhadores à instabilidade, informalidade, insalubridade, periculosidade e desemprego (ANTUNES, 2011, 2015). No Brasil, tais acontecimentos favoreceram de um lado a emergência de um sindicalismo neoliberal, expressão da nova direita e da onda mundial conservadora, como a Força Sindical, de outro, a inflexão da CUT, que parecia não estar preparada para este momento de transição, falhando em elaborar e propor alternativas econômicas contrárias ao padrão de desenvolvimento capitalista existente no Brasil (ANTUNES, 2002). Nesta dissertação buscou-se jogar luz à atividade do sindicalista em sua luta diária contra a precarização do trabalho, e para isso foi adotado o método história de vida como caminho metodológico. A intervenção da Ergologia como lente teórica teve como objetivo incitar aqueles que vivem e trabalham a pôr em palavras um ponto de vista sobre a sua atividade, a fim de torná-la comunicável e de submetê-la à confrontação de saberes (SCHWARTZ, 2011). A história de vida de Juvenal evidencia, pelos seus próprios relatos, os conflitos travados, os debates de normas e valores, usos do corpo-si por si e pelos outros, os tensionamentos entre as três esferas, 1) sindicalismo, 2) mercado e 3) Estado. Demonstrou-se como a história de vida pode ser utilizada como um dispositivo ergológico no que tange a convocar o trabalhador para produzir saberes sobre sua própria existência, inclusive em seu trabalho, além de dar voz a certos grupos para que possam contar suas histórias segundo suas perspectivas. A história de vida de Juvenal também pode representar as histórias de vida de diversos brasileiros que lutam pelo direito de viver plenamente através do trabalho digno.

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