Consciência Política e Participação de Sindicalistas em Ações Coletivas Contra a Privatização no Espírito Santo - Brasil

Nome: JOAQUIM FRANCISCO DE OLIVEIRA NETO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/05/2019

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRO SOARES DA SILVA Examinador Externo
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Examinador Interno
MÁRCIA PREZOTTI PALASSI Orientador

Resumo: A privatização, quando viabilizada em grande volume (como reemergiu no governo
Temer/MDB, e continua no Governo Bolsonaro/PSL), sem medidas consistentes de viabilidade,
regulação e transparência, gera impactos em diversas esferas da vida, sobretudo trabalhista. A
privatização junto ao conjunto de medidas neoliberais, fragiliza as relações de trabalho e
precariza sobremaneira as condições laborais, gerando impactos psicossociais
multidimensionais e (re)configurando a consciência política dos trabalhadores em torno da
resistência. Nesse contexto, os sindicatos se destacam como organizações implicadas na luta
antiprivatização, mitigando os impactos no mundo do trabalho. Diante disto, objetivou-se
compreender como se configura a consciência política e a participação dos sindicalistas em
ações coletivas contra a privatização no Espírito Santo (ES) durante o Governo Temer (2016-
2018). Como marco teórico utilizou-se o Modelo Analítico da Consciência Política para
Compreensão da Participação em Ações Coletivas (SANDOVAL; SILVA, 2016). Empregouse
uma metodologia exploratória, com abordagem qualitativa, aplicando entrevistas
semiestruturadas realizadas com 10 sindicalistas de diversos setores que passam pela iminência
da privatização no ES. Utilizou-se a Análise de Conteúdo (BARDIN, 2006) para analisar as
entrevistas, por meio de categorias dimensionadas no Modelo teórico. Os resultados revelaram,
entre outras contribuições: (1) compreender as dinâmicas identitárias dos sindicalistas; (2)
perceber que a luta dos sindicalistas contra a privatização vai além das bases, a luta é pela
mudança também na esfera social; (3) identificar os interesses latentes e recursivos em torno da
privatização; (4) identificar os grupos injustiçados pela privatização; (5) verificar que os
sindicalistas buscam uma maior conscientização e mobilização dos trabalhadores e da
sociedade para a eficácia das ações coletivas; (6) demonstrar como se configura o engajamento
dos sindicalistas no movimento antiprivatização e; (7) apresentar as estratégias de mobilização
e os desafios para a construção de um movimento antiprivatização consolidado no ES. Ademais,
com o suporte de uma revisão de literatura (inter)nacional sobre os impactos da privatização no
mundo do trabalho, resistência e enfrentamento, conjuntamente ao referencial teórico, foi
possível a identificação de três diferentes tipos de consciência política dos sindicalistas, bem
como contribuições para o campo dos estudos organizacionais no âmbito do trabalho. Concluise
que os sindicalistas dispõem: primeiro, de uma consciência política defensiva, que preza pela
defesa e manutenção dos direitos trabalhistas; segundo, de uma consciência política combativa,
contemplada pelos sindicalistas representantes de estatais; terceira, de uma consciência política
utópica, caracterizada por uma visão emancipatória para a sociedade e de combate às
desigualdades e injustiças sociais, por acreditarem que a privatização impacta, deliberadamente,
grupos sociais fragilizados. Por fim, observou-se que o movimento antiprivatização no ES ainda
é disperso e pouco coeso, necessitando enfrentar desafios para sua futura consolidação e
institucionalização.

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