A Heteronormatividade e a Graduação em Administração

Nome: ROBERTO HIGASHI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 19/08/2016
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA DE SÁ MELLO DA COSTA Examinador Externo
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador
PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA Examinador Interno

Resumo: A escolha da temática de gênero emerge da agenda latente, que omite ou marginaliza aspectos da vida organizacional (REED, 2007). No seu interior encontra-se uma força normatizadora, a heteronormatividade, um conceito originário da teoria Queer, uma crítica aos movimentos e teorias feministas, que tratavam o gênero como uma categoria binária e uma norma heterossexual. Segundo seus autores, a heteronormatividade
é um fator organizador da vida social que emerge do interior das organizações, às vezes de maneira sutil, na forma de uma norma institucionalizada, naturalizante, em que não se sente a sua presença somente os seus efeitos. Os estudos das organizações são parte essencial do conteúdo dos cursos de administração, e tem sua relevância aumentada pelo fato de “o crescimento exponencial de cursos de Administração ter transformado esta área na locomotiva da educação superior brasileira” (SARAIVA, 2011, p. 42). Este estudo busca analisar a presença da heteronormatividade em um curso de Administração de uma universidade federal do sudeste brasileiro e assim expor suas nuances tornadas naturais. Para a consecução desse
objetivo, foram analisados os discursos contidos nos documentos institucionais, bem como na fala dos discentes do referido curso, para encontrar as formas em que a heteronormatividade se apresenta. Tanto os documentos, quanto os discursos dos discentes revelaram que o espaço dado a discussão dessa temática ainda parece acanhada no curso de Administração desta instituição. Este estudo não possui pretensão generalizante, porém nos traz sinais da heteronormatividade naturalizada, presentes nesse ambiente expressos nos discursos. Ao não se perceber a problematização de algo tido como natural, perde-se a oportunidade de fazer com que se formem administradores mais reflexivos, mais críticos e menos suscetíveis a seguir padrões hegemônicos sem questioná-los. Defendemos uma posição de rompimento ou de subversão com as fronteiras da identidade de sexo, desconstruindo as categorias de identidade. “Desconstruir não é o mesmo que destruir, pois etimologicamente, desconstruir é desfazer, portanto está mais próximo de analisar e não de eliminar”
(LOURO, 2001, p. 548). O processo de análise pode ajudar a desestabilizar binarismos tão naturalizados como: homem/mulher, homossexual/heterossexual e masculinidade/feminilidade, categorias que são o cerne de desigualdades sociais tornadas naturais.

Acesso ao documento

Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910